José Agostinho Porto
Biografia
Membro fundador da Academia Barreirense de Letras, José Agostinho Porto ocupou a cadeira de nº 06, e escolheu como patrono José Seabra de Lemos. Nasceu dia 10 de março de 1961 no município de Catolândia.
Ainda criança se mudou para Barreiras com a família, onde estudou desde o primário. Tinha a educação como ideal de vida e se formou nesta área em diversos cursos. Faleceu em 17 de setembro de 2011.
A seguir publicamos um texto encaminhado pelos filhos Augusto Sérgio Porto e Tâmara Alaíde Porto, produzido com base na pesquisa que o pai desenvolveu para escrever o livro “De Santana do Catão para Catolândia’, lançado em 2002:
José Agostinho porto, professor, escritor, membro da Academia Barreirense de Letras, graduado em Química, Biologia, Pedagogia e História. Pós-graduado em Física e Gestão Escolar.
Nascido na cidade de Catolândia situada na região oeste da Bahia, em 10 de março de 1961, filho de Alaíde Pinto Porto e Abílio das Chagas Porto. Seus avós maternos: Nair (pequena) e Bedel. Avós paternos Zeca Porto e Joana Porto. Sendo o segundo filho de dez irmãos.
Teve como origem a família materna de Portugal e paterna da Alemanha. Vindos para o Brasil em busca de perspectivas melhores. Veja um pouco da sua origem para entender de onde vem tanta determinação desse homem valoroso.
Tudo começou com a saga do irmão Pinto, que vendo Portugal sem perspectivas, e o povo vindo para a colônia, também resolveu partir para o além – mar.
Seguindo a rota das navegações para o Brasil, o destino dos corajosos aventureiros foi o Porto de Olinda, na Capitania de Pernambuco. Subindo rios, chegaram ao rio das Velhas, hoje São Francisco, alcançando as missões da Barra do Rio Grande.
Viturino Barbosa Pinto, Felix Barbosa Pinto e Joaquim Pinto, homens corajosos e determinados a trabalhar na colonização do Brasil, trouxeram capital, parceiros para trabalhar a terra e muita disposição.
Vitorino Pinto escolheu a fazenda Santana como residência, casado com Josefa Sofia de Lima Pinto, irmã de José Agostinho de Lima (1º Catão), constituiu família.
A comunidade foi se expandindo com chegada de famílias para trabalhar e fundaram a comunidade de Santana. No ano de 1895 a comunidade passou a ser chamada de Vila Santana e em 27 de julho de 1962 foi emancipada como Catolândia, que vem de Catão
José Agostinho porto também herdou este nome e o apelido seguindo os sucessivos de Catões. Catão no dicionário significa, s. m ( figura) homem austero e virtuoso.
1ª Catão: José Agostinho de Lima; 2ª: José Agostinho Filho; 3ª Agostinho José de Lima Filho; 4ª José Agostinho Porto, professor Agostinho e 5ª Catão Agostinho de Lima Figueiredo (Catão da academia, campeão de fisiculturismo).
O professor José Agostinho era conhecido na cidade de Catolândia e nas cidades vizinhas como Catãozinho. Era muito querido por todos e onde passava fazia forte laço de amizades, morou em Catolândia até 1971.
Seu pai era comerciante e sua mãe D. Alaíde faleceu quando ele ainda era criança. O pai casou se com a professora Neiva Araújo e em 1971 a família mudou-se para Barreiras, para garantir a educação dos filhos, Pois em Catolândia só oferecia ensino até a 4ª série naquele tempo.
O professor José Agostinho estudou até a 4ª série na Escola Presidente Médici e da 5ª à 8ª na Escola Polivalente. Enfrentou grandes desafios desde a sua adolescência, pois ainda muito cedo teve que ajudar no sustento da casa durante um período que seu pai ficou doente.
Mas não desistiu do seu objetivo maior que era estudar. Concluiu o magistério no colégio Padre Vieira no ano de 1985 e ingressou como professor da rede estadual no ano de 1986, através de concurso público, sendo lotado na escola Povoado de Baraúna.
No mesmo ano prestou vestibular em História. na UNEB. Ingressou como professor na rede municipal em 1990, também através de concurso público. Em 2005 foi diretor da Escola Povoado Baraúna, desenvolvendo também ali um excelente trabalho.
Com o processo de municipalização de algumas escolas estaduais foi trabalhar na Escola Herculano Farias, tendo sido diretor daquela unidade de ensino. Após um período foi transferido para a escola Agrotécnica, assumindo a função de diretor.
Participou do processo de transição da escola modelo em CETEP - Centro Tecnológico de Educação Profissionalizante, escola técnica-profissional, da qual foi diretor até a sua morte.
Era professor por vocação, amava sua profissão e tinha cada aluno como fonte inspiradora para seu sonho de transformação da sociedade. Para ele os estudantes eram joias preciosas e precisavam ser cuidados e orientados com maestria.
Não poderia de forma alguma, apenas entrar na sala para passar o conteúdo. Era necessário atrair os alunos para o encantamento do aprendizado. Sonhava com todos aqueles jovens e adolescentes num futuro diferente, sendo profissionais competentes e com autonomia.
Amava as escolas e dedicava seu tempo para o trabalho, pois trazia no coração o sonho da educação libertadora e tinha certeza que a sociedade passaria por uma grande transformação através da educação.
Era o professor, era também o amigo, conselheiro e muitas vezes pai para muitos dos seus alunos. Sofria quando percebia que algum deles se perdia no caminho.
Foi um colega exemplar e amado por todos. Gestor responsável, competente, mas acima de tudo humano. Sabia ouvir com paciência cada colega. Era compreensivo e solidário com todos. Sem contar que era dotado de retidão, serenidade, sabedoria e humildade invejável, qualidades inerentes a um grande homem e que muitas vezes não agradava a alguns.
Professor Agostinho era apaixonado pelos livros e tinha sede de conhecimento. Estudar era o seu maior objetivo de vida. Em 1999 ingressou no curso de graduação em Pedagogia na UNEB – Universidade da Bahia. Em seguida pós-graduou em ensino de Física. Ingressou novamente na UNEB no curso de graduação em Ciências Biológicas e por fim gradou em Gestão Escolar. Escreveu e publicou, em 2002, o livro ‘De Santana do Catão para Catolândia’, que lhe garantiu acesso à Academia Barreirense de Letras.
No campo da política tinha o sonho de ser vereador para trabalhar pelo bem da população e de maneira especial pela comunidade de Baraúna. Filiou-se no partido dos trabalhadores (PT) em 1998. Foi candidato a vereador em 1999. Não foi eleito, mas teve uma votação expressiva.
Tinha o respeito e admiração de todos nesse meio e principalmente dos seus adversários políticos. Mantinha a convicção de que se ocupasse uma vaga na Câmara de Vereadores faria a diferença com mandato do povo e para o povo, cobrando do executivo ações voltadas para as políticas públicas e desenvolvimento social.
Professor José Agostinho amava a vida, gostava de festas, sempre foi um homem de fé. Era devoto de nossa Senhora da Penha, do Divino Espirito Santo e do Senhor do Bomfim.
Seu maior sonho quando criança era ser imperador do Divino na cidade de Catolândia, sendo sorteado para fazer parte da corte como: caudatário, aferes da bandeira, até anjo, mas nunca como imperador. Teve seu sonho realizado através de seu sobrinho Felipe Emmanuel, filho de sua irmã Dirlene. Foi uma emoção grande de Agostinho. Ele se empenhou na festa como se fosse ele o imperador.
Tinha um gosto refinado por músicas populares/ forro/ axé/ carnaval. Seu bloco carnavalesco preferido era o Kimarei. Era torcedor do Vasco e do Bahia. Amava viajar pelo Brasil afora, porém sua grande paixão era Salvador, capital da Bahia.
Professor Agostinho casou se no povoado de Baraúna no dia 09 de fevereiro de 1990 com a professora Solange Porto. Tiveram dois filhos: Augusto Sérgio e Tâmara Alaíde. Amava sua família, tinha um bom relacionamento com a família da esposa sua sogra D. Marinalva conhecida como ( Pomba) sempre a teve como um filho e seu sogro Dael.
Amava a comunidade de Baraúna, terra que escolheu para viver e onde construiu residência. Conhecia cada morador do povoado e sabia das necessidades de cada família e cada pessoa. Foi presidente do Esporte Clube da Baraúna, pois também amava futebol.
Que a história de vida pessoal política e profissional do professor Agostinho, possa ser exemplo e incentivo para o apaixonamento de tantas outras pessoas, que se disponham a trabalhar para um mundo melhor. Fica a certeza de que o caminho se faz com bravura de alma, perseverança e amor no coração. Esse é o exemplo deixado por ele a todos.